[Uma
deva]
“Tendo matado o
que,
Consegues dormir em paz?
Tendo matado o
que,
Não vos arrependes?
A aniquilação do
que,
O sábio Gotama aprova?”
[O
Buda]
“Tendo posto um
fim à raiva,
Dormes em paz.
Tendo acabado
com o ódio,
Não vos arrependes.
Os Nobres dão
glória
Á destruição da
raiva
- com sua crista de mel
& raiz
venenosa –
Tendo posto um
fim a ela,
Não vos arrependes.”
--
Samyutta Nikaya 1. 171
Em Kapilavastu, a cidade
dos Sakyas e em Koliya, a cidade dos Koliyas, eram localizadas em ambos os
lados do Rio Rohini. Os cultivadores de ambas cidades regavam os campos
com a água deste rio. Certa vez, eles não tiveram chuva o suficiente e vendo
que as plantações de arroz e outras mais estavam começando a murchar, os
cultivadores de ambos os lados queriam desviar a água do rio Rohini para seus
próprios campos. Aqueles morando em Koliya disseram que não havia água o
suficiente no rio para as duas cidades, e que se eles apenas pudessem canalizar
a água mais uma vez para seus próprios campos haveria o suficiente para as
plantações de arroz amadurecer e serem colhidas. Por outro lado, os habitantes
de Kapilavastu argumentavam que, neste caso, eles seriam negados o uso da água
e suas plantações certamente morreriam, e em consequência encontrar-se-iam
forçados a comprar de outras cidades. Eles disseram que não se sentiam
satisfeitos com a ideia de terem que carregar seu dinheiro e bens para o outro lado do rio para poderem trocar por comida.
Ambos os lados queriam a água para seu próprio uso e havia
muito ódio entre eles por causa da linguagem abusiva e acusações de ambos os
lados. A briga que se iniciou entre os cultivadores chegou aos ouvidos dos
ministros da terra, que por sua vez levaram o problema para seus reis, e ambos
os lados se prepararam para travarem guerra.
O Buda, inspecionando o
mundo com sua visão supranormal, viu seus parentes em ambos os lados do rio preparando-se
para se encontraram em batalha e decidiu por um fim a isto. Sozinho, ele
apareceu diante dos habitantes que se encontravam em ambas as margens do rio
suspenso em pleno céu aberto. Seus parentes vendo-o desta maneira, majestoso e
mesmo assim pacificamente sentado acima deles no céu, colocaram de lado suas
armas e prestaram honras ao Buda. Então, o Buda disse a eles:
“Por questão de um
pouco de água, que é de pouco valor, vocês não devem destruir suas vidas que
são de tão alto valor e inestimáveis. Porque estão adotando esta resolução tão estúpida?
Se eu não tivesse aparecido aqui diante de todos, seu sangue teria fluido como
este rio agora. Vocês vivem odiando seus inimigos, mas eu não tenho ninguém a
quem odiar; sua moralidade enferma está, enquanto eu encontro-me livre do que é
imoral; esforçando-se vocês estão na busca por prazeres sensuais, enquanto eu
estou livre deles.”
Então o Buda pronunciou
os seguintes versos:
"De fato, felizes
vivemos, não odiando ninguém entre aqueles que odeiam; entre homens que odeiam
vivemos sem odiar ninguém."
"Felizes vivemos, em boa saúde entre os enfermos (imorais);
entre homens que doentes estão, vivemos em boa saúde."
"De fato, felizes vivemos, não indo à busca (por prazeres sensuais) entre
aqueles que se esforçam (por eles); entre aqueles que se esforçam, vivemos sem
nos esforçar."
Ao
ouvirem isto, pacificados, muitos atingiram o estado de Sotapanna.
A história acima vem dos versos 197-199 do Dhammapada.
A história acima vem dos versos 197-199 do Dhammapada.
muito obrigado por mais uma tradução. Só um comentário já ouvi falar que devemos sempre ter um pé atrás em relação aos comentários do canône, são ditos não ser muito confiaveis, acho que está história é um comentário de versos do Dhammapada. Mesmo assim acho bom conhecermos os comentários.
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