Anguttara
Nikaya 3.70
Muluposatha
Sutta: As Raízes do Uposatha
Tradução
do Pali para o Inglês
Thanissaro
Bhikkhu
Tradução
para o Português
Davi
Coêlho
Assim ouvi que em certa
ocasião o Abençoado estava residindo em Savatthi no Mosteiro do Leste, o
palácio da mãe de Migara. Agora, naquele tempo – sendo o dia de Uposatha –
Visakha, a mãe de Migara, foi até o Abençoado ao meio do dia e, após chegar,
tendo se prostrado diante dele, sentou-se de um lado. Conforme ela estava se
sentando o Abençoado se dirigiu a ela, “Bem, então, Visakha, porque está vindo
ao meio do dia?"
“Hoje eu estou observando o
Uposatha, senhor.”
“Visakha, há estes três tipos de Uposatha. Quais três? O
Uposatha de um vaqueiro, o Uposatha dos Jainistas, e o Uposatha dos Nobres.”
“E como é o Uposatha de um
vaqueiro? Assim como quando um vaqueiro trás o gado de volta a seus donos no
início da noite, ele reflete: ‘Hoje o gado pastou naquele local e neste,
beberam neste local e naquele; amanhã eles irão pastar naquele local e neste,
beberão em tal local e neste;’ do mesmo modo, há o caso em que, uma pessoa,
observando o Uposatha, reflete, ‘Hoje eu comi este tipo de alimento não
necessário e este tipo de alimento necessário.’ Ele passa o dia com uma
consciência imergida em ganância, com aquela cobiça. Assim, este é o Uposatha
de um vaqueiro, Visakha. Quando este Uposatha de um vaqueiro é realizado, não é
de grande fruto nem grande benefício, nem de grande glória ou de grande
esplendor.”
“E qual é o Uposatha dos
Janistas? Há os contemplativos chamados de Niganthas (Jainistas). Eles fazem
seus discípulos realizarem a seguinte prática: ‘Aqui, meu bom homem. Abaixe seu
bastão em relação a outros seres que vivem mais de 100 léguas ao leste, mais de
100 léguas ao oeste, mais de 100 léguas ao norte, mais de 100 léguas ao sul.’
Assim, eles fazem seu discípulo realizar a bondade e simpatia para alguns
seres, mas não outros.
“No dia do Uposatha, eles fazem
seus discípulos realizarem a seguinte prática: ‘Aqui, meu bom homem. Tendo
retirado toda sua roupagem, diga isto: “Eu sou nada de ninguém ou de coisa alguma.
Portanto, não há nada por coisa alguma ou de coisa alguma que seja meu.” Mesmo
assim, apesar disso, seus pais sabem dele que ‘Este é nosso filho.’ E ele sabe
destes que ‘Estes são meus pais.’ Suas esposas e filhos sabem dele que ‘Este é
nosso marido e pai.’ E ele sabe destes como sendo ‘Estas são minhas esposas e meus
filhos.’ Seus trabalhadores e escravos reconhecem ele como ‘Este é nosso
mestre.’ E ele reconhece estes como sendo ‘Estes são meus trabalhadores e
escravos.’ Assim, em uma hora onde ele deve ser encorajado a exercer a verdade,
ele é encorajado a exercer a falsidade. Ao fim da noite, ele retoma o consumo
de seus pertences, apesar de que estes não são devolvidos a ele. Isso conta
como roubo, eu lhe digo. Tal é o Uposatha dos Jainistas, Visakha. Quando este
Uposatha dos Jainistas é realizado, não é de grande fruto nem de grande benefício,
não é de grande glória nem de grande esplendor.”
“E qual é o Uposatha dos Nobres?
É a limpeza da mente maculada através da técnica adequada. E como é que a mente
maculada é limpa pela técnica adequada?"
“Há o caso onde um discípulo dos
nobres recorda o Tathagata desta maneira: ‘De fato, o Abençoado é digno e
devidamente auto iluminado, perfeito em conhecimento e conduta, bem-aventurado,
um perito em relação ao mundo, treinador sem comparação para aqueles que são
adequados a serem treinados, o Mestre de seres divinos e humanos, desperto,
abençoado.’ Conforme ele está recordando o Tathagata, sua mente se acalma, e
alegria surge; as máculas de sua mente são deixadas para trás, assim quando a
cabeça é limpa através da técnica adequada. E como é que a cabeça é limpa
através da técnica adequada? Através do uso de pasta cosmética e barro e o
esforço humano necessário. Assim é como a cabeça é limpa através da técnica
correta. Do mesmo modo, a mente maculada é limpa através da técnica adequada. E
como é que a mente maculada é limpa através da técnica adequada? Há o caso onde
um discípulo dos nobres se recorda do Tathagata. Conforme ele está se recordando,
sua mente é limpa e alegria surge; suas máculas são abandonadas. Assim, ele é
chamado de um discípulo dos nobres realizando o Uposatha de Brahma. Ele vive
com Brahma [o Buda]. É devido a Brahma que sua mente é acalmada, que a alegria
surge, e que quaisquer máculas que haja em sua mente são deixadas para trás.
Assim é como a mente é limpa através da técnica adequada.”
“[De novo, o Uposatha dos Nobres]
é a limpeza da mente através da técnica adequada. E como é que a mente maculada
é limpa através da técnica adequada?"
“Há o caso onde um discípulo dos
nobres se recorda do Dhamma, assim: ‘O Dhamma é bem explicado pelo Abençoado,
algo a ser visto no aqui e no agora, eterno, convidativo à verificação,
pertinente, a ser compreendido pelos sábios por si mesmo.’ Conforme ele está
recordando o Dhamma, sua mente é acalmada e alegria surge; as máculas de sua
mente são deixadas para trás, assim como quando o corpo é limpo através da
técnica adequada. E como é que o corpo é limpo através da técnica adequada? Através
do uso de esponja, e pó de banho e o esforço humano necessário. É assim que o
corpo é limpo através da técnica adequada. E como é que a mente maculada é
limpa através da técnica adequada? Há o caso onde o discípulo dos nobres se
recorda do Dhamma. Conforme ele está se recordando do Dhamma, sua mente é
limpa, e a alegria surge; as máculas de sua mente são abandonadas. Ele assim é
chamado de um discípulo dos nobres realizando o Uposatha do Dhamma. Ele vive
com o Dhamma. É devido ao Dhamma que sua mente é acalmada, que a alegria surge,
e que quaisquer máculas que haja em sua mente são abandonadas. É assim que a
mente é limpa através da técnica adequada.
“[Novamente, o Uposatha dos
Nobres] é a limpeza da mente através da técnica adequada. E como é que a mente
maculada é limpa através da técnica adequada?”
“Há o caso onde o discípulo dos
nobres se recorda do Sangha, assim: ‘O Sangha dos discípulos do Abençoado que
praticaram bem, que praticaram de forma direta, que praticaram metodicamente,
que praticaram perfeitamente – em outras palavras, os quatro tipos [de nobres
discípulos] quando considerados em pares, e os oitos quando considerados
individualmente – estes são o Sangha dos discípulos do Abençoado: dignos de
presentes, dignos de hospitalidade, dignos de oferendas, dignos de respeito, o
campo incomparável de mérito para o mundo.’ Conforme ele está se recordando do
Sangha, sua mente é acalmada; as máculas de sua mente são abandonadas, assim
como quando a roupa é limpa através da técnica adequada. E como é que a roupa é
limpa através da técnica adequada? Através do uso do sal da terra e lixívia e
esterco de vaca e o esforço humano necessário. É assim como a roupa é limpa
através da técnica adequada. Da mesma forma, a mente maculada é limpa através
da técnica adequada. E como é que a mente maculada é limpa através da técnica
adequada? Há o caso onde o discípulo dos nobres se recorda do Sangha. Conforme
ele está se recordando do Sangha, sua mente é limpa, e a alegria surge; as
máculas de sua mente são abandonadas. Assim ele é chamado de um discípulo dos
nobres realizando o Uposatha do Sangha. Ele vive com o Sangha. É devido ao
Sangha que sua mente é acalmada, que a alegria surge e que quaisquer máculas
que haja em sua mente são abandonadas. É assim como a mente é limpa através da
técnica adequada.
“[Novamente, o Uposatha dos
Nobres] é a limpeza da mente através da técnica adequada. E como é que a mente
maculada é limpa através da técnica adequada?”
“Há o caso onde o discípulo dos nobres
se recorda de suas próprias virtudes, assim: ‘[Elas são] intactas, contínuas,
impecáveis, não quebradas, libertadoras, elogiadas pelos sábios, sem máculas,
condutivas à concentração.’ Conforme ele está se recordando de sua virtude, sua
mente é acalmada, e a alegria surge; as máculas de sua mente são abandonadas,
assim como quando um espelho é limpo através da técnica adequada. E como é que
um espelho é limpo através da técnica adequada? Através do uso de óleo e cinzas
e camurça e o esforço humano necessário. É assim que um espelho é limpo através
da técnica adequada. Do mesmo modo, a mente maculada é limpa através da técnica
adequada. E como é que a mente maculada é limpa através da técnica adequada? Há
o caso onde o discípulo dos nobres se recorda de suas virtudes. Conforme ele
está se recordando da virtude, sua mente é acalmada, e alegria surge; as
máculas de sua mente são abandonadas. Ele é assim chamado de um discípulo dos
nobres realizando o Uposatha da virtude. Ele vive com a virtude. É por causa da
virtude que sua mente é acalmada, que a alegria surge e que quaisquer máculas
que haja em sua mente são abandonadas. É assim que a mente é limpa através da
técnica adequada.
“[Novamente, o Uposatha dos
Nobres] é a limpeza da mente através da técnica adequada. E como é a mente
maculada limpa através da técnica adequada?”
“Há o caso onde o discípulo dos
nobres se recorda dos devas, assim: ‘Há os Devas dos Quatro Grandes Reis, os
Devas dos Trinta e Três, os Devas de Yama, os Devas Contentes, os Devas que se
Deleitam em Criação, os Devas que Tem Poder Sobre a Criação dos Outros, os
Devas do Séquito de Brahma, os devas que estão além destes. Qualquer convicção
com os quais estes foram dotados – quando saindo desta vida – eles ressurgiram
ali, a mesma espécie de convicção está presente em mim também. Qualquer virtude
com os quais estes foram dotados – quando saindo desta vida – eles ressurgiram
ali, o mesmo tipo de virtude está presente em mim também. Qualquer aprendizado
com os quais estes foram dotados – quando saindo desta vida – eles ressurgiram
ali, a mesma espécie de aprendizado está presente em mim também. Qualquer generosidade
com os quais estes foram dotados – quando saindo desta vida – eles ressurgiram
ali, a mesma espécie de generosidade está presente em mim também. Qualquer
discernimento com os quais estes foram dotados – quando saindo desta vida –
eles ressurgiram ali, o mesmo tipo de discernimento está presente em mim
também.’ Conforme ele está se recordando dos devas, sua mente é acalmada, e a
alegria surge; as máculas de sua mente são abandonadas, assim como quando o
ouro é limpo pela técnica adequada. E como é que ouro é limpo através da
técnica adequada? Através do uso de uma fornalha, sal da terra, giz vermelho, o
fole de um ferreiro, pinças e o esforço humano necessário. É assim que o ouro é
limpo através da técnica adequada. Do mesmo modo, a mente maculada é limpa através
da técnica adequada. E como é que a mente maculada é limpa através da técnica adequada?
Há o caso onde o discípulo dos nobres se recorda dos devas. Conforme ele está
se recordando dos devas, sua mente é acalmada, e a alegria surge; as máculas de
sua mente são abandonadas. Assim ele é chamado de um discípulo dos nobres
realizando o Uposatha dos devas. Ele vive com os devas. É devido aos devas que
sua mente é acalmada, que a alegria surge, e que quaisquer máculas que hajam em
sua mente são abandonadas. É assim que a mente é limpa através da técnica
adequada.”
“Além disso, o discípulo dos
nobres reflete da seguinte maneira: ‘Enquanto eles vivem, os arahants –
abandonando a matança – abstêm-se de tirar vida. Eles vivem com seus bastões
abaixados, suas facas abaixadas, escrupulosos, misericordiosos, compassivos
para com o bem estar de todos os seres vivos. Hoje eu também, por este dia e esta
noite – abandonando a matança – me abstenho de tirar a vida. Eu permaneço com
meu bastão abaixado, minha faca abaixada, escrupuloso, misericordioso,
compassivo para com o bem estar de todos os seres vivos. Por meio deste fator
eu procuro imitar os arahants, e meu Uposatha será observado.
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants – abandonando a roubalheira – abstêm-se de tomar para si aquilo que
não é dado. Eles apenas tomam para si aquilo que é dado, aceitam apenas aquilo
que é dado, não vivem pela roubalheira, mas por meio de uma consciência que se
tornou pura. Hoje eu também, por este dia e esta noite – abandonando a
roubalheira – me abstenho de tomar para mim aquilo que não é dado. Eu tomo
apenas o que é dado, aceito apenas o que é dado, vivo não pela roubalheira mas
por meio de uma consciência que se tornou pura. Por meio deste fator eu procuro
imitar os arahants, e meu Uposatha será observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants – abandonando o não celibato – vivem uma vida celibata, afastados,
refreando-se do ato sexual que é modo de vida do camponês. Hoje eu também, por
este dia e esta noite – abandonando o não celibato – vivo uma vida celibata,
afastado, refreando-me do ato sexual que é o modo de vida do camponês. Por meio
deste fator eu procuro imitar os arahants, e meu Uposatha será observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants – abandonando a mentira – abstêm-se da falsidade. Eles falam a verdade,
seguram-se à verdade, são firmes, confiáveis, não são enganadores do mundo.
Hoje eu também, por este dia e esta noite – abandonando a mentira – abstenho-me
da falsidade. Eu falo a verdade, me seguro a ela, sou firme nela, confiável,
não sou um enganador do mundo. Por meio deste fator eu procuro imitar os
arahants, e meu Uposatha será observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants – abandonando licores fermentados e destilados que são a causa para o
descuido – abstêm-se de licores fermentados e destilados que são a causa para o
descuido. Hoje eu também, por este dia e esta noite – abandonando licores
fermentados e destilados que são a causa para o descuido – abstenho-me de
licores fermentados e destilados que são a causa para o descuido. Por meio deste
fator eu procuro imitar os arahants, e meu Uposatha será observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants vivem com apenas uma refeição, abstendo-se de comer à noite,
refreando-se de comida no horário errado do dia [do meio-dia até o amanhecer do
próximo dia]. Hoje eu também, por este dia e esta noite, vivo com apenas uma
refeição, abstendo-me de comida à noite, refreando-me de comida no horário
errado do dia. Por meio deste fator eu procuro imitar os arahants, e meu
Uposatha será observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants abstêm-se de dançar, cantar, de ouvir música, de assistir a shows, de
usar ornamentos, de se embelezar com perfumes e cosméticos. Hoje eu também, por
este dia e esta noite, abstenho-me de dançar, cantar, de ouvir música, de
assistir shows, de usar ornamentos, de me embelezar com perfumes e cosméticos.
Por meio deste fator eu procuro imitar os arahants, e meu Uposatha será
observado.”
“‘Enquanto eles vivem, os
arahants – abandonando assentos e camas altas e imponentes – abstêm-se de
assentos e camas altas e imponentes. Eles fazem camas baixas, em uma enxerga ou
um amontoado de palha. Hoje eu também, por este dia e esta noite – abandonando
assentos e camas altas e imponentes – abstenho-me de assentos e camas altas e
imponentes. Eu faço uma cama baixa, em um enxergo ou num amontoado de palha.’”
“Tal é o Uposatha dos Nobres,
Visakha. Quando este Uposatha dos Nobres é realizado, é de grande fruto e
grande benefício, de grande glória e de grande esplendor. E quão grande o fruto
e quão grande o benefício, quão grande a glória e quão grande o esplendor?”
“Suponha que alguém exercesse
autoridade de um rei, poder e domínio sobre as dezesseis grandes terras
repletas com os sete tesouros, isto é, sobre Anga, Magadha, Kasi, Kosala, Vajji, Malla, Ceti, Vansa, Kure, Pancala,
Maccha, Surasena, Assaka, Avanti, Gandhara e Camboja: não valeria um décimo
sexto deste Uposatha dotado com seus oito fatores. Porque é assim? Soberania
sobre seres humanos é algo miserável comparado à felicidade celestial.”
“Cinquenta anos humanos são
iguais a um dia e uma noite entre os Devas dos Quatro Grandes Reis. Trinta
destes tais dias e noites formam um mês. Dozes destes meses formam um ano.
Quinhentos anos celestiais constituem a duração de vida entre os Devas dos
Quatro Grandes Reis. Agora, é possível que certo homem ou mulher – tendo
observado este Uposatha dotado com seus oito fatores – ao quebrar-se o corpo,
após a morte, possa renascer entre os Devas dos Quatro Grande Reis. Foi em
referência a isso que foi dito, ‘Soberania sobre seres humanos é algo miserável
quando comparado à felicidade celestial.’”
“Um século humano é igual a um
dia e uma noite entre os Devas dos Trinta e Três. Trinta destes tais dias e
noites formam um mês. Dozes destes meses formam um ano. Mil anos celestiais constituem
a duração de vida entre os Devas dos Trinta e Três. Agora, é possível que certo
homem ou mulher – tendo observado este Uposatha dotado com seus oito fatores –
ao quebrar-se o corpo, após a morte, possa renascer entre os Devas dos Trinta e
Três. Foi em referência a isso que foi dito, ‘Soberania sobre seres humanos é
algo miserável quando comparado à felicidade celestial.’
“Dois séculos humanos é igual a
um dia e uma noite entre os Devas de Yama. Trinta destes tais dias e noites
formam um mês. Dozes destes meses formam um ano. Dois mil anos celestiais constituem
a duração de vida entre os Devas de Yama. Agora, é possível que certo homem ou
mulher – tendo observado este Uposatha dotado com seus oito fatores – ao
quebrar-se o corpo, após a morte, possa renascer entre os Devas de Yama. Foi em
referência a isso que foi dito, ‘Soberania sobre seres humanos é algo miserável
quando comparado à felicidade celestial.’
“Quatro séculos humanos é igual a
um dia e uma noite entre os Devas Contentes. Trinta destes tais dias e noites
formam um mês. Dozes destes meses formam um ano. Quatro mil anos celestiais constituem
a duração de vida entre os Deva Contentes. Agora, é possível que certo homem ou
mulher – tendo observado este Uposatha dotado com seus oito fatores – ao
quebrar-se o corpo, após a morte, possa renascer entre os Devas Contentes. Foi
em referência a isso que foi dito, ‘Soberania sobre seres humanos é algo
miserável quando comparado à felicidade celestial.’
“Oito séculos humanos é igual a
um dia e uma noite entre os Deva que se Deleitam com a Criação. Trinta destes
tais dias e noites formam um mês. Dozes destes meses formam um ano. Oito mil anos
celestiais constituem a duração de vida entre os Devas que se Deleitam com a
Criação. Agora, é possível que certo homem ou mulher – tendo observado este
Uposatha dotado com seus oito fatores – ao quebrar-se o corpo, após a morte,
possa renascer entre os Devas que se Deleitam com a Criação. Foi em referência
a isso que foi dito, ‘Soberania sobre seres humanos é algo miserável quando
comparado à felicidade celestial.’
“Dezesseis séculos humanos é igual
a um dia e uma noite entre os Devas que Tem Poder Sobre a Criação dos Outros.
Trinta destes tais dias e noites formam um mês. Dozes destes meses formam um
ano. Dezesseis mil anos celestiais constituem a duração de vida entre os Devas
que Tem Poder Sobre a Criação dos Outros. Agora, é possível que certo homem ou
mulher – tendo observado este Uposatha dotado com seus oito fatores – ao
quebrar-se o corpo, após a morte, possa renascer entre os Devas que Tem Poder
Sobre a Criação dos Outros. Foi em referência a isso que foi dito, ‘Soberania
sobre seres humanos é algo miserável quando comparado à felicidade celestial.’”
“Não se
deve matar um ser vivo
ou tomar para si aquilo que não é
dado;
não se
deve contar uma mentira
ou ser um bebedor de bebidas fortes;
deve se
abster do não celibato, do ato sexual;
não deve
comer à noite, no horário errado do dia;
não deve
usar ornamentos ou perfumes;
deve
dormir em um enxergo, um tapete espelhado no chão –
pois este
Uposatha de oito fatores
foi proclamado
Abençoado
a
conduzir ao fim
do sofrimento e do estresse.
A lua e o
sol, tão belos de se ver,
derramando
brilho por onde quer que passem
e
espantando a escuridão conforme se deslocam pelo espaço,
iluminam
o céu e os quatro cantos.
Dentro de
seus âmbitos é encontrado riqueza:
pérolas, cristais, berilos,
platina, pepitas de ouro
e o ouro refinado chamado ‘Hataka’.
Ainda sim, estes –
como a luz de todas as estrelas
quando comparadas com a lua –
não valem
um décimo sexto
deste
Uposatha com oito fatores.
Portanto
quem quer que seja – homem ou mulher –
que
esteja dotado com as virtudes
deste
Uposatha com oito fatores,
tendo
feito ações meritórias,
produtoras
de benção,
longe de qualquer censura,
vai para o plano celestial.
O texto
acima pode ser encontrado originalmente em inglês no seguinte endereço: http://www.accesstoinsight.org/tipitaka/an/an03/an03.070.than.html
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