quarta-feira, 6 de novembro de 2013

AN 10.46: Sakka Sutta



Anguttara Nikaya 10.46

Sakka Sutta: Para os Shakyas (sobre o Uposatha)

Traduzido do Pali para o Inglês por

Thanissaro Bhikkhu

Tradução para o Português

Davi Coêlho


Em certa ocasião o Abençoado estava residindo próximo à Kapilavastu no Parque Banyan. Então muitos seguidores Shakyas, sendo o dia do Uposatha, foram até o Abençoado. Ao chegarem, tendo se prostrado diante dele, eles se assentaram de um lado. Conforme estavam se sentando ali, o Abençoado se dirigiu a eles, “Shakyas, vocês observam o Uposatha, com seus oitos fatores?"

“Ás vezes nós observamos, senhor, e às vezes não.”

“Não é de ganho algum para vocês, Shakyas. É desvantajoso, que nesta vida tão ameaçada por aflição, nesta vida tão ameaçada pela morte, que vocês às vezes observem o Uposatha com seus oito fatores e às vezes não.”

“O que vocês acham Shakyas. Suponham que um homem, através de uma profissão ou outra, sem se deparar com nenhum dia ruim, conseguisse lucrar meio kahapana. Mereceria ele ser chamado de um homem competente, cheio de iniciativa?"

“Sim, senhor.”

“Suponham que um homem, através de uma profissão ou outra, sem se deparar com um dia ruim, lucrasse um kahapana, dois kahapanas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, vinte, trinte, quarenta, cinquenta, cem kahapanas. Mereceria ele ser chamado de um homem competente, cheio de iniciativa?"

“Sim, senhor.”

“Agora o que vocês acham: lucrando cem, mil kahapanas em um dia; economizando seus ganhos, vivendo por cem anos, chegaria um homem a ter uma grande quantia em dinheiro?"

“Sim, senhor.”

“Agora, o que vocês acham: viveria este homem, por causa de sua riqueza, devido a esta riqueza, com esta riqueza como a causa, sensível à felicidade pura por um dia, uma noite, metade de um dia, ou metade de uma noite?"

“Não, senhor. E porque isso? Porque prazeres sensuais são inconstantes, ocos, falsos, enganadores por natureza.”

“Agora, Shakyas, há o caso onde um discípulo meu, passando dez anos praticando conforme eu o instruí, viveria sensível à felicidade pura por cem anos, cem séculos, cem milénios. E ele seria um daqueles que retornam uma vez, um daqueles que não retornam, ou no mínimo um daqueles que entraram a correnteza.”

“Não digamos nem dez anos, pois há o caso onde um discípulo meu, passando nove anos, oito anos, sete, seis, cinco, quatro, três, dois anos, um ano praticando conforme eu o instruí, viveria sensível à felicidade pura por cem anos, cem séculos, cem milénios. E ele seria um daqueles retornam uma vez, um daqueles que não retornam, ou no mínimo um daqueles que entraram a correnteza.”

“Não digamos nem um ano, pois há o caso onde um discípulo meu, passando dez meses, nove meses, oito meses, sete, seis, cinco, quatro, três, dois meses, um mês, metade de um mês praticando conforme eu o instruí, viveria sensível à benção pura por cem anos, cem séculos, cem milénios. E ele seria um daqueles que retornam uma vez, um daqueles que não retornam, ou no mínimo um daqueles que entraram a correnteza.”

“Não digamos nem metade de um mês, pois há o caso onde um discípulo meu, passando dez dias e dez noites, nove dias e noites, oito, sete, seis, cinco, quarto, três, dois dias e duas noites, um dia e uma noite, praticando conforme eu o instruí, viveria sensível à felicidade pura por cem anos, cem séculos, cem milénios. E ele seria um daqueles que retornam uma vez, um daqueles que não retornam, ou no mínimo um daqueles que entraram a correnteza.”

“Não é de ganho algum para vocês, Shakyas. É desvantajoso, que nesta vida tão ameaçada por aflição, nesta vida tão ameaçada pela morte, vocês às vezes observem o Uposatha com seus oito fatores e às vezes não.”

“Então, deste dia em diante, senhor, nós observaremos o Uposatha com seus oito fatores.”


O texto acima pode ser encontrado em íntegra em inglês no seguinte endereço: http://www.accesstoinsight.org/tipitaka/an/an10/an10.046.than.html

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